03 de dezembro de 2017, começaram a namorar.
Os dois ainda tímidos, jovens. Com 20 anos, foram se conhecendo melhor e misturando seus gostos. Ele passou a adorar sertanejo, que antes pouco ouvia. Ela conheceu Pink Floyd e outras bandas de rock. Mesclavam as comédias românticas dela aos filmes de guerra dele, e no final sempre acabavam assistindo Harry Potter ou Anjos da Lei. Ele tem um estilo aventureiro e esportivo e tentava tirar dela o mínimo de equilíbrio para andar de bicicleta. Ela começou aulas de natação para acompanhá-lo, mas continuou fechando a boca em balão para mergulhar. Ela levou ele para a yoga, ele detestou. Mesmo detestando esportes com bola, ela ia todo sábado assisti-lo jogar. Ele aprendeu a dançar forró para dançar com ela. Ela até tentou aprender a dançar outros estilos, mas seu jeito destrambelhado não ajudava, e acabava deixando ele ainda mais apaixonado. Seus gostos se mesclavam a cada dia, juntos, foram se entendendo como um.
Cultivaram um pelo outro admiração. Gostam de ver o par falar com veemência sobre o que sabe e defende. Discutem casos de censura e também casos de contratos, leem obras de literatura infantil e também alguns emails, compartilham do trabalho as fofocas e os problemas. No excesso, se ajudavam e seguiam sempre juntos. Entre ondas, risos, tentativas atrapalhadas de aprender o que é do outro, domingos preguiçosos, debates acalorados e abraços silenciosos, o amor foi crescendo — firme, bonito, sem pressa. Sete anos depois, seguiram dançando do mesmo jeito: ela um pouco fora do ritmo, ele segurando a mão com carinho. Se escolhendo todos os dias, agora para sempre, com a alegria mansa de quem sabe que encontrou, sem alarde, o amor da vida.